quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sinais do fim do mundo

Não sei o que os dinossauros aprontaram quando estiveram aqui, mas tenho quase certeza de que eles não avacalharam o mundo destruindo a natureza com lixo, poluição, caos, funk carioca ou qualquer outra coisa que acelerasse o processo de extermínio da espécie. Tudo aconteceu naturalmente.

Bem, é só uma teoria.

O homem se preocupa tanto em salvar o planeta porque sabe que não consegue salvar a si mesmo, por isso ele se distrai resolvendo problemas menores que ele mesmo criou só para fingir que está fazendo algo importante e ainda poder se orgulhar disso.

Um exemplo: inventaram a roda que, em resumo, serve para fazer as coisas funcionarem mais rápido. A roda no carro é para fazê-lo andar, e mais rápido, mas a coisa fugiu do controle e o homem teve que inventar a lombada para que ele reduzisse a velocidade. Não é um paradoxo?

Também inventou guerras, drogas, cerveja, cigarro, BBB, carnaval e outras coisas que revelam parte da estupidez humana. Em raros momentos de sabedoria o homem demonstrou traços de evolução, mas foi pouco compreendido por outros "mamíferos bípedes dotados de inteligência e linguagem articulada", na definição do dicionário. Daí o resultado do progresso da humanidade:


TELEVISÃO E CARRO
No passado a TV era uma ferramenta para manter a família reunida no domingo à noite. Hoje tem uma TV em cada canto da casa e o garoto no seu quarto assiste séries norte-americanas, a menina no seu canto assiste Disney Channel, o pai na sala assiste ao Discovery e a mãe no quarto do casal assiste novela. Se duvidar, até o cachorro anda assistindo TV na cozinha. Desperdício?

Um carro tem capacidade para quatro ou cinco pessoas, mas só vemos motoristas naqueles dez quilômetros de congestionamento. Desperdício?

Mais que desperdício, as pessoas estão se isolando.


INTERNET
Inventaram as redes sociais porque as pessoas se isolaram no mundo real. Agora a vida social delas se resume a compartilhar frases, fotos e vídeos dos outros. Basta "curtir" ou escrever um "kkkkk" no comentário de uma foto para fazer amigos no Facebook.

Você poderia dizer que curtiu uma foto escrevendo isso ao invés de clicar naquele botão, mas clicar é muito mais simples, rápido e não exige esforço. A tendência é fazer sempre menos, por isso você não visita mais ninguém, não liga, não escreve uma carta, nem mesmo um e-mail. Um click substitui tudo isso. Sabe como é, né? Para escrever tem que pensar, coisa que muitos dos 800 milhões de usuários não tem tempo de fazer.

Há fotos e mais fotos de pessoas sorrindo em baladas, fotos na praia onde vão só uma vez por ano, fotos daquela viagem ao exterior onde nunca mais vão pisar... e querem que isso pareça coisa do cotidiano. E assim o cidadão que postou a foto não ficará em depressão porque os usuários da rede "curtiram" aquela foto clichê e isso melhorou sua autoestima. No fundo ele sabe que é tudo mentira e que sua vida é um tédio, mas ele não sairá do Facebook porque lá, pelo menos, ele pode ter a vida que quiser enquanto disfarça sua carência.

Outra coisa: o que é aquele botão "cutucar"? É a timidez na rede social? Se quiser chamar atenção de alguém diga "oi!", comece um assunto, conte uma piada, sei lá.


ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Pais não enxergam que o primeiro contato do adolescente com o álcool é nas festas da família, em casa, não com os amigos. Mas é mais fácil culpar as drogas e a má influência dos amigos do que culpar a estrutura familiar e a orientação que não teve em casa.

Tem cerveja até em festa de aniversário de criança e todo mundo acha normal. Normal por quê? Porque aparece na TV e é bebida "socialmente" aceita? Mas não é a sociedade que vai educar seu filho, é você.

Cerveja é uma droga, legalizada, mas é uma droga e o mesmo acontece com o cigarro. Se você não fuma e está organizando uma festa na sua casa ninguém vai reclamar se não tiver cigarros para oferecer para o tio fumante. Seu tio tem cigarro, mas ele não vai acendê-lo na sala da sua casa porque sabe que você não fuma e ele respeita isso, certo?

E aquele primo viciado? Você não compra droga para ele na sua festa e também não gostaria que ele trouxesse de casa e consumisse na mesa da sua cozinha, certo?

Com a cerveja é a mesma coisa. Se EU não bebo e a festa é na MINHA casa, então os outros tem que respeitar as MINHAS regras. Em qualquer lugar é assim, por que só com a cerveja tem que ser diferente?

A verdade é que as pessoas bebem nas festas para suportar ficar até o final, porque tem festa que é difícil aguentar Ivete Sangalo tocando o tempo todo, aguentar aquela conversa chata na mesa e a criançada fazendo bagunça. Se o foco da festa é a bebida, então alguma coisa deve estar errada. Talvez sejam os convidados.


MEDICINA
O homem exagerou na comida com fritura, no churrasco e na bebida, aí tiveram que inventar remédios para má digestão, dor de cabeça e ressaca. Ou seja, a medicina gasta tempo e dinheiro criando coisas para aqueles que não se importam com o próprio corpo. Esses, sabendo que tem remédio pra tudo, vão continuar exagerando. Tem até um remédio aí que deve ser tomado um antes, outro depois, já prevendo que você vai entupir o corpo com porcaria. Faz sentido?

O pior é que os próprios médicos incentivam essa cultura. Eles não falam para você se alimentar direito, fazer exercícios e, principalmente, cuidar da sua saúde mental. Eles aparecem na TV vendendo produtos para emagrecer, ou para parecer magro, caso você não tenha grana para plástica, lipoaspiração, silicone e outras coisas absurdas.

São médicos ou vendedores trambiqueiros? Que tipo de médico estão se formando hoje? Olhe a quantidade de remédios no mercado. O mundo pirou! Não são esses remédios que vão curar seu suposto problema. Pare com isso!


FIFA x ONU
Há mais países membros na Fifa do que na ONU, são 208 contra 192. Parece que a sociedade moderna considera mais importante chutar uma bola do que cuidar do seu desenvolvimento econômico e social em escala mundial.

Não ligo a mínima para futebol e mesmo assim já falei sobre o assunto duas vezes no blog. A Copa será só mais uma atração da política do pão e circo, nada mais.


CELULAR
É só um brinquedo tecnológico com mais bugigangas que a bolsa nécessaire da sua avó e o cinto do Batman juntos, incluindo a função telefone. Hoje é mais usado para ouvir música, tirar foto, assistir TV e acessar internet. Tem quase tudo que você poderia fazer no conforto da sua casa.

Antes do celular, se algum amigo quisesse falar com você, teria que ligar para o telefone fixo da sua casa. Seus pais tinham a chance de saber um pouco sobre seu círculo de amizades quando eram eles que atendiam ao telefone. E perguntavam: "você é amigo do meu filho?", "de onde você o conhece?", "onde você mora?". Hoje os amigos ligam direto para o celular do filho de 12 anos e sabe-se lá com quem ele fica conversando.

A falta de educação faz o celular tocar durante a aula, atrapalha todo mundo e, muitas vezes, nem é uma ligação importante, apenas alguém mandando um torpedo com futilidades. Antigamente os pais ligavam para a escola e pediam para dar o recado ao filho, ou chamavam o aluno na sala se fosse algo muito importante.

Hoje não basta UM meio de comunicação, as pessoas querem te encontrar em TODOS. Por isso perguntam no Twitter se alguém o viu, deixam recado no Facebook, procuram você no MSN, enviam SMS, e-mail, para só depois, aí sim, ligarem no seu celular e reclamarem que você sumiu, que ninguém mais o encontra em lugar nenhum.


FUNK E BBB
São outras drogas legalizadas, como a cerveja e o cigarro, só que são mais barulhentas. Surgiram como resultado da mistura de todas essas coisas de que falei acima.

Agora me diga, você acha que salvar o planeta é a coisa mais importante a fazer agora? Dane-se o planeta! Não é ele o problema, ele ficará bem, eu garanto.

Temos questões ainda mais sérias para debater para uma sociedade que se diz moderna. Temos tecnologia e tudo, só falta um pouco de bom senso.


Guigo é autor do blog www.doiscuringas.blogspot.com e responsável por 85% das idéias desse post. Os outros 15% do texto foram ideias da sua esposa, que além de ser inteligente, criativa e muito esperta, também é psicóloga, jornalista, veterinária, antropóloga, ilusionista, filósofa, pedagoga, detetive, astróloga... E exigiu cachê altíssimo para que esse texto fosse publicado no blog do marido.

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