terça-feira, 8 de junho de 2010

A (des)graça do futebol

Num jogo de futebol há dezenas de jogadores, dois gols, a bola, a torcida, o árbitro e a mãe dele, que durante o jogo costuma ser chamada por outro nome. Tem tudo para ser um grande evento, mas eles conseguem ficar no zero a zero em 90 minutos de jogo. Você não vê isso num jogo de basquete ou de vôlei porque há pontos sendo feitos o tempo todo. É muito mais emocionante.

Parte da graça do futebol está na discussão, na falta que o árbitro não viu, no gol anulado ou na malandragem do jogador fingindo uma falta. Futebol é basicamente isso: malandragem (dentro e fora de campo). E de malandragem o brasileiro entende, por isso somos pentacampeões. Falando nisso,
nosso presidente acaba de se tornar pentacampeão, mas em outra modalidade.

Dia de jogo do Brasil na Copa é quase um feriado. Até somos dispensados do trabalho para ficar no bar em casa torcendo. Será que também vão dispensar a gente quando tiver campeonato mundial de xadrez, de bocha ou de bolinha de gude? Por que não dispensam a gente em dia de jogo da Liga Mundial de Vôlei?

E ainda tem aquela história de que o
governo brasileiro pretende pagar indenização e aposentadoria aos campeões das Copas. Imagine aquele jogador que passou a Copa inteira no banco de reservas. Ele ganhará em torno de R$ 100 mil por não ter feito porra nenhuma décadas atrás.

Claro que temos que homenagear os brasileiros que deixaram suas marcas na história do futebol mundial, mas como ficam os atletas campeões das outras modalidades? E os que não foram campeões, mas lutaram tanto quanto os outros?

E o governo dizendo que o Brasil será uma potência esportiva quando sediar os jogos olímpicos. Até lá deveriam saber que futebol não é o único esporte que existe. Estamos num país democrático, mas somos praticamente obrigados a gostar de futebol. Eu gosto mais de futebol no videogame.

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